Paraná Clube: Plano para venda da SAF envolve sede da Kennedy

O Paraná Clube está cada dia mais próximo de concretizar a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas ainda precisa resolver pendências com os credores.
Na última quinta-feira (10), o clube apresentou para os conselheiros o resultado da due dilligence – etapa em que os potenciais investidores fazem a investigação e análise de riscos e oportunidades antes de fechar o negócio. Além disso, apresentou a proposta para o investimento no futebol para os próximos anos.
A reportagem do UmDois Esportes entrou em contato com o presidente Ailton Barboza de Souza, que optou em não se manifestar neste momento.
Já o empresário Naor Malaquias, representante do Comitê de Credores, acredita que o assunto será resolvido com sucesso nos próximos dias.
“Depois de muito trabalho por parte do Comitê de Credores, junto com a diretoria do Paraná, foi levantada essa ideia para agradar a todos os lados envolvendo o Paraná Clube: a Recuperação Judicial, cerca de 500 credores; o Banco Central e a União, que possuem dívidas grandes; os extraconcursais; e, logicamente, os investidores. Estamos em um caminho para realmente achar essa solução definitiva para a SAF”, conta.
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Em meio às negociações, o planejamento debatido na reunião dos conselheiros é que os investidores da SAF do Paraná Clube negociem diretamente as dívidas de próximo de R$ 100 milhões com o Banco Central do Brasil (Bacen) e com a União. Ambos estão irredutíveis para reduzir o montante.
O Bacen e a União têm como garantia a Sede da Kennedy, um dos patrimônios do clube. Já a União ainda pode negociar uma transação tributária (entrada e pagamento de parcelas ao longo dos anos).
O Tricolor tem R$ 130,8 milhões para pagar da Recuperção Judicial, além de valores de extraconcursal (dívidas contraídas depois do pedido da RJ).
O pagamento da primeira parcela de RJ, em cerca de R$ 20 milhões, terá que ser feito até o dia 31 de agosto. Caso não aconteça, o plano da Recuperação Judicial estabelece que, se não houver o pagamento da primeria parcela, haverá a alienação de ativos do clube.
No entanto, Naor Malaquias declarou que o Comitê dos Credores pode se reunir para definir um novo prazo.
O plano atual aprovado pelos credores pode ser alterado e discutido novamente pela assembleia. Vamos falar de parte burocrática para saber se vamos conseguir realizar dentro do prazo legal e levar para uma assembleia de credores para discutir na legalidade.
Para quitar os valores, a ideia é autorizar a venda da Sede da Kennedy e ainda buscar um aumento no deságio com os credores. Em reunião anterior, já autorizaram um desconto de 50%.

Quem está interessado na SAF do Paraná Clube?
O principal articulador das conversas entre o Tricolor e os investidores que negociam a compra da SAF é Pedro Weber. Economista de formação, o empresário foi o primeiro presidente do Azuriz e trabalhou como CEO do América-RN no ano passado.
Weber ainda foi sócio de uma empresa que administrou a carreira de grandes nomes do futebol. Entre eles Marcelo, de quem se tornou amigo próximo, e do lateral-direito Danilo, ex- Juventus e hoje no Flamengo.
Em fevereiro de 2018, o empresário capitaneou o projeto do Azuriz, de Pato Branco, no Sudoeste do estado. Os resultados rapidamente apareceram dentro e fora de campo. O time do interior paranaense chegou às quartas de final do Estadual em 2021 e alcançou a terceira fase da Copa do Brasil no ano seguinte.
“Em 2017, a gente começou a enxergar a oportunidade de investir em clubes. Ainda não existia nada de SAF, era muito embrionário e com poucos investimentos privados. Nós começamos o projeto do Azuriz, um clube do zero e com foco na base. A base é um dos grandes diferenciadores e fundamental para um clube chegar à Série A, além da receita comercial e com futebol. A gente fez esse projeto do Azuriz, foi um sucesso e deu super certo”, declarou Weber.