Após 18 anos, réus em escândalo do governo Garotinho podem recuperar R$ 180 milhões que estão na Suíça
Os procuradores da República no Rio de Janeiro já dão como certa a prescrição, no ano que vem, do processo que investiga a chamada Máfia dos Fiscais, um grupo de auditores da Receita Estadual e da Receita Federal suspeitos de enviar, durante o governo Garotinho, ilegalmente pelo menos US$ 33,4 milhões para contas no banco suíço DBTC (Discount Bank and Trust Company, hoje Union Bancaire Privée).
O caso, que ficou conhecido como Propinoduto, veio à tona em 2002 e envolveu principalmente Rodrigo Silveirinha Corrêa, ex-subsecretário de Administração Tributária no governo de Anthony Garotinho (PSB). Um ano depois, em 2003, Silverinha foi condenado a 15 anos de prisão pelo juiz Lafredo Lisboa, da 3ª Vara Federal Criminal. Além dele, foram condenadas 23 pessoas.
Dezessete anos depois, o caso ainda tramita no STJ (Superior Tribunal Justiça), com algumas liminares no STF (Supremo Tribunal Federal). Na avaliação de membros do MPF (Ministério Público Federal) que tiveram contato com a investigação, todos esses recursos demoram no mínimo cinco anos para serem julgados, e os processos prescrevem em seis meses. Resumindo, é quase impossível o caso não prescrever.
A Justiça da Suíça só aceita fazer o repatriamento do dinheiro de corrupção depois que forem esgotados todos os recursos na Justiça brasileira. Em caso de prescrição, a Suíça terá que devolver o dinheiro aos fiscais, acusados de cobrar propina de empresas de grande porte no Rio.