Campeão pelo Coritiba em 1985 conta como evitou calote no bicho do título
Quarenta anos depois, o bicho do título brasileiro do Coritiba ainda é motivo de ressentimento por parte dos jogadores campeões em 1985. Grande parte dos atletas não recebeu a premiação combinada pelo clube, que venceu o Bangu, nos pênaltis, na final decidida no Maracanã.
Mas o ponta-esquerda Édson Gonzaga, convidado do podcast Carneiro & Mafuz desta quarta-feira (23), contou como conseguiu convencer o então presidente Evangelino Costa Neves, o “Chinês”.
“Quando fomos campeões, dois dias depois fui no Evangelino. Peguei ele num dia bom. Se você pegasse ele num dia bom e ele gostasse de você, de repente ele soltava alguma coisa”, recorda o atacante, que havia pago um sinal para a compra de uma casa e parcelado o saldo restante.
“Eu falei: Presidente, essas 48 prestações dão exatamente o prêmio que o senhor prometeu. Eu queria pagar minha casa, que é um imóvel que teria para meus filhos, para o futuro. Ele mandou a secretária bater o cheque. Eu recebi, então tive essa sorte“, lembra o ex-jogador.
“Quem tentou o mesmo no dia seguinte, por exemplo, pegou o Chinês de mau humor. “O Rafael nem foi recebido, queria matar ele [Evangelino]. Mas muitos jogadores não receberam. Principalmente quem saiu não recebeu. Então, os jogadores são magoados”, resume Édson.

Além do calote no bicho, os campeões de 85 também têm outras mágoas com a diretoria coxa-branca da época, de acordo com o ponta-esquerda. A medalha referente à conquista nunca foi entregue aos jogadores, por exemplo. Em resumo, ele não se sentem prestigiados pelo feito inédito.
“Nós não somos reconhecidos. O principal título do clube faz 40 anos e o Coritiba nunca fez uma janta. Vai fazer neste ano [um jantar organizado pela associação]. A SAF vai fazer uma homenagem no jogo contra o Amazonas (27 de julho), vão dar medalha e um kit com a camisa escrita ‘fui campeão primeiro’”, fala o ex-jogador.
O podcast especial com Édson Gonzaga está imperdível, com diversos bastidores da campanha que colocou o Coxa no topo do futebol brasileiro há quatro décadas atrás.