Geraldo Emmanuel: construtor do desenvolvimento

 Geraldo Emmanuel: construtor do desenvolvimento
Foto: Silvana Rust

Filho da histórica Odete, que assinava o melhor pastel de que se tem notícia em Campos, Geraldo Emmanuel teve como primeira experiência empresarial uma fábrica de massas e olha que a pizza nem estava ainda no cardápio. Em seguida, decidiu colocar a mão em um outro tipo de massa, essa mais concreta, e montou uma construtora.

Começou fazendo obras públicas para governos federal e estadual, se destacando pela qualidade, que pode ser ilustrada pela urbanização da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Três décadas depois, nunca viu um remendo em seu asfalto.

É preciso cortar caminho porque essa história tem 50 anos. De forma mais recente, dá para citar o Cidade Jardim, um bairro todo planejado e executado por sua construtora, a Macterra. O projeto formado por mais de 3 mil lotes conta com quatro condomínios e já foi todo vendido.

Geraldo recebeu da Firjan a Medalha de Construtor do Desenvolvimento Regional e nesta entrevista destacou suas duas principais obras, construídas com a esposa Rosângela: o filho engenheiro Thiago, seu sucessor empresarial; e a filha, a médica  Isabela, com curso de especialização em Harvard, nos Estados Unidos.

Você recebeu a medalha do construtor regional da Firjan e bem sei o quanto você construiu nesse período de quase 50 anos de obras. Vamos falar disso?
Olha, primeiro foi uma homenagem muito bonita. Lógico, enaltece, engrandece muito não só a mim, mas a empresa e tudo que eu fiz pela cidade, os meus colaboradores, que são os grandes responsáveis pelo sucesso de chegar até aqui, porque a gente não faz nada sozinho. Eu dou um valor muito grande a isso. Pode ter certeza de que a equipe hoje é fundamental. Então, eu divido tudo isso com os meus colaboradores.

Você fala de um time?
Sim. Ninguém chega a lugar nenhum sozinho. Às vezes a gente se sente importante demais, mas eu não. Hoje, na verdade, a vida inteira, sempre procurei ver oportunidade onde muitas pessoas não viram. Eu só cheguei aonde cheguei porque eu sempre busquei isso. Lógico que foram altos e baixos. No dia da homenagem brinquei lá com o Dr. Herbert (diretor presidente do Grupo IMNE – também homenageado da noite), que nossa vida é como um eletrocardiograma, né? Ser empresário no Brasil não é fácil. Buscamos sempre o compromisso com a qualidade, honestidade, transparência e competência. E para você chegar a esses pontos, claro, você tem que estar cercado de pessoas tão ou mais competentes que você e que sigam a sua direção.

Lá no começo, sua carreira de construtor foi de grandes empreitadas, de grandes obras como as comportas da malha de canais e outras como os tanques para criação de peixes para o governo federal; você optou por não fazer mais obras públicas?
Sim, isso ocorreu há mais de 25 anos. Lidar com obra pública é uma coisa muito complexa, envolve, às vezes, situações que não são muito agradáveis, somando atrasos de pagamentos, etc. Foi exatamente nesse momento que eu parei com obras públicas, porque, na verdade, a Macterra tem no seu DNA obras de infraestrutura, e aprendi com elas. Fiz grandes obras. Boa parte da infraestrutura da Universidade Estadual do Norte Fluminense, a Uenf, como aterro, terraplanagem, asfalto, tem a nossa marca. Trinta anos depois você não vê naquele asfalto um arranhão, um remendo. Então, esse é o DNA da empresa. Quando eu comecei com a obra pública, trabalhei quatro anos, quando fiz obras também muito importantes, obras grandes. E aí, com a chegada do meu filho, que hoje é meu sucessor, percebi a maior conquista que eu tive na minha vida, que é fazer um sucessor. Foi quando decidimos trabalhar somente na área imobiliária. E nós já estamos nela há 12 anos aproximadamente. Meu filho tem capacidade técnica e acadêmica e isso ajudou bastante com a pegada do empreendedorismo, da incorporação. Hoje trabalho diariamente, graças a Deus, mas tenho meu filho pronto, cuidado da empresa.

Você tem o maior orgulho de um empreendimento que está em curso, que é o Cidade de Jardim. É uma nova concepção de urbanismo, de convivência?
O projeto Cidade de Jardim, pelo tamanho, começou na pandemia e foi se estendendo graças a uma parceria com uma das herdeiras da ex-usina Santo Antônio. Compramos também outras áreas. É uma área no total de 1.300.000 m², que tem quatro condomínios, sendo que três já foram entregues. Ao todo, são 3.100 lotes somando os quatro condomínios e as demais áreas do bairro. Fizemos a pavimentação seguindo a mesma direção da Avenida Presidente Kennedy, com um corredor que destacasse o vento fresco do Paraíba. São muitos detalhes.

Diga outros?
Além disso, pelos tamanhos dos terrenos, a gente atraiu o público. Tudo de extrema qualidade. E isso atraiu um público muito interessante, não só investidores, mas também pessoas que queriam comprar para morar e viver. Fizemos numa grande avenida, uma área de lazer, uma área de 20 mil metros quadrados, que atende aos loteamentos, aqueles que não podem morar em condomínio. Então eles têm, dentro dessa área de lazer pública, tudo que os outros têm nos condomínios de alto padrão. Quando a gente fez isso, a gente pensou no todo, não só nos condomínios. Tem os que estão entre quatro muros, mas também tem os que estão no bairro. No chamado extra-muro, temos lazer, paisagens e tudo mais. É um bairro que a gente cuida desde que foi lançado. Ali não tem um centavo de poder público. Ali a Prefeitura nunca entrou. Então o diferencial é que as pessoas vão vendo o que a gente faz e a assistência que a gente dá ao bairro. A infraestrutura, como eu disse anteriormente, é o nosso DNA, que se estende também na questão de segurança.

Diria que o Cidade Jardim é um lugar aprazível e de paz?
Olha, sem falsa modéstia, eu acho que foi um divisor de águas no mercado imobiliário. Não fizemos apenas um loteamento. Fizemos um grande bairro… o nome é muito propício, Cidade Jardim, porque o último Censo do IBGE em 2022 revelava que nós temos 5.570 municípios no Brasil, 2.500 com menos 10 mil habitantes. O Cidade Jardim tem infraestrutura para 14, 16 mil pessoas, sendo uma cidade dentro da cidade.

Então foi construída uma cidade?
Sim. A qualidade que a gente deu na infraestrutura de água, de esgoto, de tudo. Temos três elevatórios de esgoto, fizemos uma parceria com a Águas do Paraíba. Todo o esgoto vai para estação de tratamento; as ruas são todas asfaltadas, pavimentadas, iluminação em tudo, tudo feito pela nossa empresa. E o mais interessante é que todos que estão ali estão super satisfeitos, felizes, e tem a empresa como, não vendedora, mas parceira deles em todo momento.

E ainda tem espaço?
Se você quiser comprar um terreno em um condomínio nosso, nós não temos para vender, estão todos vendidos, tudo que está lá foi vendido. Todos os três primeiros. Esse que vamos entregar agora tem fila de espera. Todos os nossos produtos, graças a Deus, não ficam na prateleira.

Você falou do filho que é engenheiro, mas você tem uma filha médica. Fale um pouco dela.
Quando eu saí da pastelaria da minha mãe com 18 anos, e aí eu fui montar uma fábrica de massas de pastel, depois um areal, enfim, aí surgiu a obra na minha vida. Meu sonho era fazer medicina. Eu me preparei para estudar medicina. Fiz vestibular e fiquei na reclassificação e ocorreram contratempos. A vida segue e minha filha, Dra. Isabela, acabou fazendo medicina em Campos. Depois foi para o Rio de Janeiro fazer clínica geral do hospital Adventista Silvestre, referência em transplantes, e depois foi fazer endocrinologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a Uerj. Mais à frente foi fazer curso de atualização em clínica médica em Haverd, nos Estados Unidos. Hoje é concursada na área de saúde pública, e também atua na medicina privada em Campos, na maioria dos hospitais, inclusive o de dr. Herbert (Hospital Dr. Beda). É um orgulho vê-la como referência em endocrinologia, a mesma especialidade do Dr. Herbert.

Você falou da filha médica, mas antes falou do filho sucessor. Fale dele mais detalhadamente?
Bom, Thiago, meu filho, hoje com 41 anos, depois de formado e trabalhando em São Paulo, decidiu há 12 anos voltar para Campos. Eu achei que era uma loucura. Ele estava muito bem em São Paulo, no mercado financeiro. A formação acadêmica dele é em engenharia civil ambiental, depois pós-graduado e com mestrado em finanças e administração. Lógico que ele foi muito bem recebido. Além de ser uma honra, é para mim uma felicidade imensa. E ele deu um novo ar, uma nova dinâmica. Hoje ele é a cabeça pensante desses grandes projetos, inclusive o Cidade Jardim, ele é co-responsável por todo esse sucesso, e fico muito feliz em tê-lo ao meu lado. É meu sucessor, o que é difícil encontrar e tive a felicidade deste ser meu filho.

Parece que você valoriza a homenagem em vida. Fale disso.
Eu fiquei muito feliz, evidentemente. Em vida é mais interessante, porque depois que você morre, você não sabe de nada. Então, queria parabenizar à Firjan e todo o seu conselho que escolhe as pessoas que recebem essa comenda. Citar que receber a homenagem ao lado do Dr. Hebert foi ainda mais especial.

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