Governo do estado e especialistas discutem potencial para produção de hidrogênio
Representantes do Governo do Rio, da Prefeitura de Maricá, do Porto do Açu e da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) debateram nesta semana o potencial do estado para a produção de hidrogênio. “O hidrogênio entrou na pauta das principais empresas e investimentos globais. Queremos atrair esses investimentos para o estado”, afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Leonardo Soares.
Para o secretário, é fundamental inserir outras fontes de energia, tal qual o hidrogênio, como componente estratégico da matriz de energia fluminense, alinhando o estado com as premissas mundiais de transição energética e sustentabilidade. “O governo do Rio quer criar, com o apoio dos especialistas do setor, mecanismos de apoio e incentivo para viabilizar essa tecnologia no estado – explicou Soares – Atualmente, um dos insumos para a produção do hidrogênio é o gás natural. Somos os principais produtores nacionais, logo, faz todo sentido que os investimentos venham para o estado. Isso reforça o gás natural como vetor de desenvolvimento do estado nos próximos anos e vetor para a reindustrialização do estado a partir do insumo. Uma oportunidade fundamental que temos nos próximos anos”, complementou.
O Porto do Açu vem desenvolvendo estudos sobre como pode se posicionar nesse mercado. “Temos fatores extremamente competitivos. Recentemente, assinamos um Memorando de Entendimentos (MoU) com o objetivo de avaliar em conjunto o desenvolvimento de uma planta de geração solar fotovoltaica. E, no nosso plano diretor, existe a previsão de uma planta eólica. Além disso, vemos grande sinergia para o desenvolvimento industrial”, afirmou o gerente de Novos Negócios do Porto do Açu, Filipe Segantine, acrescentando que a abundância de gás no estado, associado a uma captura de carbono, pode acelerar a produção de hidrogênio azul.
Na reunião, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá, Igor Sardinha, informou que a prefeitura local vem trabalhando para estabelecer uma linha de montagem de ônibus movidos a combustível limpo e híbridos (eletricidade e hidrogênio). “Já estamos estabelecendo metas de crescimento da frota de ônibus que serão produzidos no município”, destacou.
O secretário lembrou que a parte terrestre do gasoduto Rota 3 passa por Maricá. “Outras facilidades do município são o projeto do Terminal Portuário de Ponta Negra (TPN) e o Parque Industrial que será instalado na região”, acrescentou.
Ansgar Pinkowski, gerente de inovação e sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, disse que sonha com uma barca movida a hidrogênio na Baía de Guanabara. “Vemos um cenário favorável para a produção de hidrogênio no Rio de Janeiro. Essa é uma mudança importante para o estado, uma preparação para o futuro”, concluiu.
Peça importante – O hidrogênio como combustível é visto como peça importante para o futuro neutro em carbono. Embora o uso mais conhecido do hidrogênio provavelmente seja nos carros, há muitos outros possíveis. Células de combustível podem servir de unidades fixas de geração de energia para prédios e são vistas como potenciais fontes de energia para aeronaves. Também é possível que o hidrogênio alimente veículos de serviço como empilhadeiras e caminhões, além de ônibus e trens.