Madrasta suspeita de envenenar enteados no Rio teria dado querosene para criança de 6 anos
Cíntia Mariano, a madrasta suspeita de envenenar dois enteados no Rio, pode ter envenenado outras pessoas também: um ex-namorado, um vizinho e um enteado – uma criança de 6 anos e que seria meia-irmã do seu filho.
A história foi revelada pelo filho de Cíntia, em depoimento na 33ª DP, em Realengo, que investiga o caso.
O filho contou que o caso aconteceu há 20 anos, e que Cíntia tentou matar outro enteado, um irmão dele por parte de pai, dando querosene ao menino, que tinha 6 anos na época.
Foi o filho de Cíntia também quem contou à polícia que a mãe confessou ter dado chumbinho a Fernanda Cabral, de 22 anos – que não resistiu e morreu -, e Bruno Cabral, de 16 anos, que passou mal, ficou internado e levantou suspeitas pelas semelhanças de mal-estar com os da irmã morta dois meses antes.
Mãe tentou acusar o próprio filho
O delegado Flávio Rodrigues, que atua no caso, contou ainda que, na delegacia, Cíntia Mariano tentou inverter a situação e acusar o próprio filho do envenenamento de Fernanda e Bruno.
“Informalmente, para a nossa equipe, ela quis atribuir o fato ao próprio filho. Dizendo que foi o próprio filho que teria envenenado os enteados. Ela quis se eximir da responsabilidade atribuíndo ao próprio filho”, disse o delegado.
A lista de crimes suspeitos atribuídos a Cíntia ainda inclui a morte de um ex-namorado. A filha dele, pediu ao Ministério Público que a morte do pai fosse investigada como suspeita.
O filho de Cíntia contou, em depoimento, as circunstâncias em que ela confessou o crime. Após passar mal e ser levada a um hospital, ela pediu ajuda ao filho por estar sofrendo ameaças de populares e dentro do próprio hospital.
As ameaças teriam começado após o caso suspeito de envenenamento se tornar público.
“O declarante foi buscar sua mãe, Cíntia, no hospital, pois a mesma havia passado mal. Que na porta do hospital, havia populares esperando para agredir sua mãe, que Cíntia também recebeu ameaças de morte dentro do próprio hospital, tendo inclusive que mudar de ala”, diz um trecho do documento.
Já sobre os supostos crimes, o depoimento relata:
“O declarante teve uma conversa com a mãe, onde mesma confessou tudo que havia feito. Que Cíntia disse que colocou chumbinho no feijão do prato de Bruno e, por esse motivo, ele sentiu gosto ruim. Que o declarante perguntou se ela havia feito a mesma coisa com Fernanda, irmã de Bruno, e que Cíntia disse antes que fez isso tudo por amor a Adeílson, pai dos jovens. Que Cíntia não disse onde adquiriu o veneno, nem se teve ajuda de alguém, e que teme pela vida de sua mãe”, encerra o documento.
Cíntia Mariano foi presa, teve sua prisão temporária de 30 dias confirmada pela Justiça e espera as investigações sobre o caso se desenvolverem presa no Complexo de Bangu.