PF prende mulher do sócio do 'faraó dos bitcoins'

 PF prende mulher do sócio do 'faraó dos bitcoins'

 

A Polícia Federal prendeu, na terça-feira (31), Márcia Pinto dos Anjos, mulher de Tunay Pereira Lima, sócio de Glaidson Acácio dos Santos, o “faraó dos bitcoins”.

Segundo a polícia, assim como o marido, Márcia fazia parte da organização criminosa investigada na “Operação Kryptos”, deflagrada em agosto de 2021.

Ela foi presa em uma mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, durante cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª turma especializada do TRF da 2ª região.

Márcia teve a prisão domiciliar revogada após um recurso do Ministério Público Federal.

Tunay também está preso desde abril, após a revogação de sua prisão domiciliar pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O esquema do qual Tunay é suspeito de participar, e que Glaidson segundo as investigações estava à frente, movimentou pelo menos R$ 38 bilhões por meio de uma empresa suspeita de aplicar o golpe conhecido como “pirâmide” financeira.

A G.A.S. Consultoria Bitcoin, onde Tunay era sócio de Glaidson, prometia 10% de lucro em investimentos de clientes no mercado de criptomoedas.

Relembre o caso

Conhecido como “faraó dos bitcoins”, Glaidson movimentou, segundo investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, pelo menos R$ 38 bilhões.

A G.A.S Consultoria Bitcoin prometia 10% de retorno do dinheiro investido por mês aos clientes e dizia obter esses ganhos no mercado de criptomoedas.

Segundo os investigadores, a firma nem sempre chegava a investir em bitcoins – os lucros eram pagos aos clientes enquanto o dinheiro de novos clientes captados entrava.

De acordo com a denúncia, o esquema teria se profissionalizado em 2018 vigorava, ao menos, até agosto de 2021, quando houve a “Operação Kryptos”, que levou Glaidson e outros suspeitos à prisão.

O que são pirâmides financeiras?

Pirâmides, ou esquemas de Ponzi, consistem em uma rede onde entrantes precisam pagar uma taxa a membros antigos. Para começar a receber, esses novos filiados devem atrair mais gente. Mas chega um ponto em que a pirâmide não se paga e desaba, deixando a base no prejuízo. Quem está no topo sai ganhando.

Recentemente, golpistas passaram a montar pirâmides prometendo altos rendimentos no curto prazo. A economista Myrian Lund, da Fundação Getúlio Vargas, alerta para aplicações desse tipo.

“Qual é a característica da pirâmide? Entra dinheiro, e esse dinheiro serve para pagar as pessoas. Ele se retroalimenta. No momento em que parar a entrada de dinheiro, aquilo acabou naquele momento. Se você recebeu, ótimo. Se não recebeu, não vai ter mais nada de volta”, diz.