Taxação dos EUA continua dividindo opiniões na Câmara dos Deputados


A ameaça dos Estados Unidos de taxar produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto continua a gerar debates na Câmara. Enquanto o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), atribui a resolução do problema ao Executivo, o presidente da Comissão de Finanças e Tributação, deputado Rogério Correia (PT-MG), diz que não há justificativa técnica para essa taxação.
Problema do Executivo
“Esse não é um problema nosso [da Câmara]”, disse Sóstenes Cavalcante, em entrevista à Rádio Câmara nesta sexta-feira (18). “É problema de governos: governo executivo brasileiro, na figura do presidente atual da República, com o governo Donald Trump lá nos Estados Unidos.”
Segundo Sóstenes, o papel do Legislativo é atuar em eventual necessidade do Executivo e, até o momento, o Palácio do Planalto não acionou a Câmara. “Então não temos o que fazer”, resumiu, criticando a falta de diálogo do governo brasileiro com a administração americana.
Tentativa de interferência
Por outro lado, o deputado Rogério Correia afirmou que o governo brasileiro já busca negociar com o governo americano. Em entrevista à Rádio Câmara nesta sexta-feira (18), o parlamentar aventou a possibilidade de o Brasil aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica – recentemente aprovada pelo Congresso – e taxar a importação de produtos norte-americanos. “Mas espero que não cheguemos a tanto”, torce Rogério Correia, apostando num “recuo” do presidente dos EUA.
Para Correia, a taxação é injustificável, visto que os EUA têm superávit anual de US$ 68 bilhões nas relações comerciais com o Brasil. O deputado acusou Donad Trump de tentar interferir na justiça brasileira e de atacar o sistema de pagamentos PIX. “[Trump] Quer que a gente destrua o nosso PIX para validar o cartão de crédito americano”, criticou.