Universidade brasileira desenvolve vacina a R$ 10 contra covid-19 prevista para 2023
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 com tecnologia 100% nacional que deve custar até R$ 10 e ser resistente às variantes do coronavírus conhecidas até o momento. A CoronaVac custa R$ 50 e Astrazeneca/Oxford tem o preço em torno de R$ 17. A pesquisa está na fase dois de testes, que devem ser finalizados em 2022. Dessa forma, a previsão é de que o imunizante esteja disponível para aplicação em massa apenas a partir do ano seguinte.
A fase 2 deve estar completa até o final deste ano para, então, partir para a terceira fase (de teste em humanos), que é chamada de “cemitério das vacinas”. “É a fase mais complexa, onde muitas delas falham”, pontua um dos professores que coordena a pesquisa, Emanuel Maltempi. “Se tudo correr muito bem, talvez a fase 3 possa estar finalizada em 2022, para utilização em 2023. É preciso ter muito cuidado nessa fase, onde há uma população exposta à doença. A vacina nacional contra a Covid não está virando a esquina”, alerta.
Para Maltempi, a vantagem principal das vacinas brasileiras em desenvolvimento é ter a tecnologia pronta ou semi-pronta. De acordo com o professor, foi isso o que permitiu que outros países conseguissem colocar no mercado, em tempo recorde, vacinas contra a Covid-19 (por estudos prévios de vacinas contra outros coronavírus, como a Mers).
“Por isso que no Brasil a vacina do Butantan, por exemplo, está usando o vírus vetor, uma tecnologia americana. É vital desenvolvermos as próprias, para não termos essa dependência”. Além disso, por mais que, em tese, a vacinação da população esteja avançada até 2023, ainda se sabe pouco sobre a imunidade induzida pelas vacinas. “Temos indícios de que a duração pode não ser longa, e algumas variantes do vírus, como a sul-africana, escapam das vacinas atuais. Por isso é importante termos vacinas próprias”.
Reprodução: Revista Época