Como garantir uma estrutura financeira para a chegada de um filho?
A chegada de um filho é um momento de alegria e expectativa, mas também, um grande desafio, principalmente no que diz respeito à organização financeira familiar.
No Brasil, a situação do controle financeiro durante a gravidez e o puerpério é alarmante. Um estudo recente da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP- Fiocruz) revelou que 60% das mulheres brasileiras não possuem um planejamento financeiro adequado para a chegada de um filho. Isso mostra uma falta de conscientização sobre a importância de preparar as finanças para esse período, que resulta em um aumento significativo das despesas e mudanças drásticas no estilo de vida familiar.
Uma outra pesquisa da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) indicou que apenas 20% das gestantes se sentem confiantes em relação à sua saúde financeira durante a gravidez, enquanto cerca de 32% afirmaram que o primeiro ano após o parto é cheio de desafios financeiros. A ausência de um planejamento eficaz pode afetar não só o bem-estar da mãe e da criança, mas também a estabilidade econômica da família como um todo.
Esses números mostram a necessidade de debater e implementar estratégias financeiras adequadas para ajudar os futuros pais a gerenciarem suas finanças durante a gravidez e o puerpério.
O custo de criar uma criança é alto e exige planejamento e disciplina. Mas como se preparar, mesmo quando for uma gravidez não planejada?
Um bom planejamento financeiro deve começar antes ou durante a gravidez. Se você e seu parceiro estão pensando em ter filhos ou já estão grávidos, é fundamental iniciar o processo de organização financeira o quanto antes. Vamos falar de algumas etapas importantes que podem ajudar no seu planejamento?
Estabeleça um orçamento familiar
O primeiro passo é entender a situação financeira atual da sua família. Faça um levantamento completo das suas receitas e despesas mensais. Uma planilha no Excel ou aplicativo de Finanças podem ser ferramentas úteis para isso. Anote todos os gastos, desde os fixos, como aluguel e contas, até os variáveis, como lazer e alimentação.
Identifique e corte despesas desnecessárias
Após levantar suas despesas, identifique quais gastos podem ser reduzidos ou eliminados. Inclua assinaturas que não são utilizadas, refeições frequentes em restaurantes, Ifood ou compras por impulso. O objetivo é liberar mais espaço no orçamento para os novos gastos que surgirão com a chegada do bebê.
Crie uma reserva de emergência
Uma reserva de emergência não é menos importante do que cortar os gastos , especialmente quando um novo membro da família está a caminho. O ideal é acumular entre três a seis meses de despesas mensais em uma conta separada. Esse valor deve ser usado para cobrir imprevistos, como despesas médicas ou emergências financeiras que possam surgir.
O planejamento não pode ser feito sem a compreensão dos custos da gravidez e puerpério. Vamos entender melhor?
Compreendendo os custos
As despesas iniciais geralmente ocorrem antes e logo após o nascimento do bebê, como:
• Enxoval: Itens essenciais como berço, roupas, fraldas, carrinho, e cadeira para o carro.
• Móveis e decoração: Adequar o quarto do bebê inclui a compra de móveis e itens decorativos.
• Gastos com saúde: Consultas pré-natais, exames e o custo do parto (se não houver cobertura do plano de saúde ou quando tiver dificuldades de acesso à saúde pública).
Despesas contínuas
Após a chegada do bebê, os gastos se tornam contínuos, como:
• Alimentação: Se optar pela amamentação, os custos são menores inicialmente, mas eventualmente incluirão fórmulas e alimentos sólidos.
• Educação: Embora o ensino superior não esteja incluído nas estimativas de custos iniciais, as despesas com a educação infantil e escolarização podem se acumular ao longo dos anos (quando o acesso à educação pública se torna difícil).
• Saúde: Gastos com consultas médicas, vacinas e eventuais emergências médicas (quando há docilidade de acesso à saúde pública).
Falando de acesso à saúde pública, muitas vezes inviável ou demorada, o plano de saúde se apresenta como uma ótima saída para a mãe e o bebê. O que fazer o nesse caso?
Pesquise e escolha um plano de saúde que atenda às necessidades da sua família e que cubra a gestação. Verifique as carências e certifique-se de que você terá cobertura para o parto.
Após o nascimento, você deve incluir o bebê no plano de saúde. Lembre-se de que, por lei, há um prazo de 30 dias após o nascimento para que isso seja feito sem a necessidade de cumprir carências adicionais.
Estruturando a nova realidade financeira
O bebê chegou! É hora de ajustar o orçamento e reavaliar as finanças.
Reavalie seu orçamento para incluir as novas despesas. Faça ajustes para acomodar os custos adicionais e mantenha um acompanhamento regular das finanças para evitar surpresas.
Se possível, busque formas de aumentar sua renda. Isso pode incluir trabalhos freelance, venda de produtos ou serviços, ou até mesmo a exploração de hobbies que possam gerar renda. A ideia é criar uma rede de segurança financeira enquanto cuida do novo membro da família.
Além de gerenciar as despesas atuais, é essencial pensar no futuro da criança, utilizando estratégias de investimento que podem ajudar.
Criar uma conta de poupança específica para a educação do seu filho pode ser uma maneira eficaz de garantir que você tenha os fundos necessários quando chegar a hora da matricula em uma escola.
Vamos falar de algumas ótimas opções de investimento para o futuro do bebê?
• Tesouro Direto: O Tesouro Selic e o Tesouro IPCA podem ser boas opções para esse tipo de investimento, pois oferecem segurança e rendimentos que superam a inflação (no atual cenário).
• Previdência Privada: Uma previdência privada como VGBL, pode ser vantajosa. O VGBL permite um resgate no caso da falta de um dos pais.
Contratar um seguro de vida também é uma forma de garantir que sua família esteja protegida financeiramente em caso de imprevistos. Isso é especialmente importante quando há crianças pequenas que dependem financeiramente dos pais.
Mas para esses dois últimos passos que apresentei, se faz necessário uma ótima educação financeira. Vamos falar sobre?
Educação Financeira
É muito importante considerar a educação financeira não apenas para os pais, mas também para a criança. Ensinar sobre finanças desde cedo vai ajudar a preparar o filho para tomar decisões financeiras sábias no futuro.
Invista em livros e materiais didáticos que ensinem sobre dinheiro e finanças pessoais. À medida que a criança cresce, converse com ela sobre a importância da economia e do investimento.
Uma boa forma de ensinar é através da prática de dar mesada. Considere dar uma mesada, onde a criança pode aprender a gerenciar seu próprio dinheiro, economizar para objetivos e fazer escolhas de consumo.
Uma segunda forma é levá-los às compras e dizer o orçamento que a família possui, dessa forma, mostrando que “nem tudo pode” e que se estourar o orçamento, alguns itens da cesta deverão ser retirados.
Hoje conscientizamos que garantir uma estrutura financeira sólida para a chegada de um filho é desafiodora, mas com planejamento, disciplina e educação, é possível criar um ambiente estável e seguro.
Desde o controle das despesas até o planejamento para o futuro, cada etapa é importante para garantir que a família esteja preparada para essa nova fase da vida.
Ao investir em sua saúde financeira e na educação financeira do filho, a família não está apenas assegurando um presente confortável, mas também um futuro brilhante.
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