MPRJ investiga se Rogério de Andrade mandou matar Marielle

Uma das linhas de investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) indica que o bicheiro Rogério de Andrade, alvo da Operação Calígula, mandou matar a vereadora Marielle Franco, em 2018. Atualmente, Rogério é considerado foragido, o que levou a Justiça a autorizar a inclusão do nome dele na lista de difusão vermelha da Interpol.
“Há várias linhas sendo investigadas. Essa [de Rogério ser o mandante] é uma delas. Não podemos dizer que sim, nem que não. Se houvesse elementos, hoje, ele estaria denunciado” disse o promotor do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Diogo Erthal.
Erthal e outros promotores do Gaeco deram entrevista coletiva nesta terça-feira sobre a “Operação Calígula”, que mirou Rogério de Andrade, o policial militar reformado Ronnie Lessa — réu pela morte da vereadora — e mais 22 alvos de mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Durante a operação, dois delegados da Polícia Civil foram presos acusados de ligação com o grupo criminoso comandado por Rogério.
De acordo com os promotores do Gaeco, o que aproxima Rogério de Andrade da morte da vereadora do PSOL foi a empreitada do bicheiro Lessa. No mês seguinte ao assassinato de Marielle, Rogério e Lessa começaram as tratativas para a abertura de um bingo clandestino na Barra da Tijuca.
O MP ressaltou que parceria entre Rogério e Lessa é antiga, mas na época da morte da vereadora havia indícios de que eles estavam bem próximos. Os promotores não detalharam qual teria sido a possível motivação de Rogério para mandar matar a vereadora.
“Essa investigação [Calígula], deflagrada hoje, evidencia que, no momento contemporâneo à morte da Marielle, os dois eram muito próximos”, explicou o promotor Diogo Erthal.
A investigação do Gaeco aponta que, em abril de 2018, mês seguinte ao assassinato de Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes, Lessa e Rogério se reaproximaram e abriram, em julho, uma casa de apostas clandestina no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca.