Obra no acesso ao Shopping Estrada gera insatisfação

 Obra no acesso ao Shopping Estrada gera insatisfação

A tentativa da Prefeitura de Campos e da Arteris Fluminense para resolver o problema do trânsito no entorno do Terminal Rodoviário do Shopping Estrada não convenceu moradores, motoristas e lojistas da região. No último dia 8, a concessionária que administra a BR-101 deu início à construção de uma nova saída da rodoviária para a rodovia federal. No entanto, a Associação dos Lojistas do Shopping Estrada, empresas de ônibus, o Sest Senat, concessionárias de veículos, atacadistas e demais empresas nas adjacências seguem insatisfeitas com a medida, pois alegam que o problema só mudou de lugar. A polêmica começou em outubro, quando a Arteris bloqueou um dos acessos ao Shopping Estrada pela BR-101. Isso gerou protestos com bloqueios da rodovia que, por sua vez, motivou recente decisão da Justiça Federal proibindo qualquer interrupção do trânsito na BR.

Também no esforço de ordenar o fluxo de veículos no local, no último dia 11, conforme acordado em reunião entre o prefeito Wladimir Garotinho, a concessionária e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), tachões (redutores de velocidade) foram instalados entre os km 66 e 67 da BR-101, nas imediações do Shopping Estrada. O material foi fornecido pela Prefeitura e o trabalho realizado pela Arteris. No entanto, os blocos de concreto instalados em outubro, que deram origem à insatisfação generalizada, ainda continuam no local.

O membro da Comissão dos Moradores e Lojistas do Shopping Estrada e Adjacências, o jornalista Rodrigo Viana afirmou que transitar pelo local tem sido ruim, pois antes do bloqueio feito pela Arteris, os pedestres já tinham que contar com a sorte e com a boa vontade dos motoristas para atravessarem a pista e, agora, com apenas um acesso liberado, a situação se agravou.

Rodrigo Viana

“O impacto é enorme para o comércio, que registrou em média uma queda de 50% no movimento; para os moradores que precisam trabalhar, levar seus filhos à escola e demais atividades; além de profissionais autônomos, que evitam ao máximo prestar serviços naquela região. A rodoviária também sofre muito com todo este transtorno na chegada e saída dos ônibus”, explicou Rodrigo.

Sobre a construção do novo acesso à BR-101, Rodrigo acredita que a obra está sendo realizada de forma incorreta, tendo em vista que a obra diante das concessionárias instaladas às margens da rodovia federal faria com que os veículos adentrassem a pista justamente em frente ao Trevo do Índio e, consequentemente, poderia aumentar as incidências de acidentes no local.

“Este é um lugar que, por si só, devido ao fluxo cruzado de veículos, já causa transtorno aos motoristas com acidentes todas as semanas, antes mesmo deste novo acesso que eles pretendem fazer. Hoje, os funcionários das concessionárias de veículos do local já vivem sobressaltados com as constantes freadas fortes e buzinadas intermitentes, com veículos subindo os canteiros laterais e central, inclusive grandes caminhões, quando não colidem. Imagine quando este novo projeto for implantado. Trata-se de uma tragédia anunciada”, afirmou Rodrigo.

Sem resposta
A equipe do J3news entrou em contato com a Prefeitura e Arteris Fluminense, solicitando detalhes sobre a construção do novo acesso à BR-101 pelo Terminal Rodoviário do Shopping Estrada, além de questionar se os bloqueios feitos no início de outubro, pela concessionária, seriam retirados ou mantidos. No entanto, a concessionária não se pronunciou. Já a Prefeitura disse apenas que os tachões foram instalados no último dia 11.

Decisão Judicial
Uma decisão do juiz federal André Bizzo Moliari, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, no dia 2 de novembro, proíbe manifestações na BR-101, no trecho entre os municípios de Niterói e Campos. A ação partiu da Arteris Fluminense – concessionária que administra esse trecho da rodovia -, visando garantir a fluidez e a segurança na rodovia.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) explicou que a decisão judicial determina que manifestantes se abstenham de paralisar ou ocupar a BR, incluindo faixas de rolamento, acessos, acostamentos e quaisquer edificações, como praças de pedágio. “O descumprimento da ordem judicial acarretará uma multa pessoal de R$ 10 mil para cada indivíduo que infringir a determinação”, esclareceu a PRF.

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