Primeira mulher certificada para cirurgia robótica no Hospital Dr.Beda e Norte Fluminense
Robótica|Maria Eliza Guimarães se prepara para cirurgia (Foto: Arquivo pessoal
A primeira mulher no Norte Fluminense certificada em cirurgia robótica no Hospital Geral Dr. Beda é a ginecologista e obstetra Maria Eliza Guimarães. Ela é cirurgiã pélvica, especialista em endometriose e miomas de alta complexidade. A profissional médica tem 13 anos de experiência. Tornou-se pioneira em Campos dos Goytacazes e região a contar com formação em sistema robótico. O uso desta tecnologia avançada é um dos investimentos do Grupo IMNE. “Estou muito feliz e grata. Foram muitos dias e muito tempo de dedicação. Com treinamento para conseguirmos chegar até aqui”, disse.
Para obter a certificação pelo sistema robótico, todos os cirurgiões passam por avaliações, provas e muito treinamento. Inicialmente, eles fazem cursos teóricos on-line em etapas de formação especializada. Logo após, começam a utilizar um simulador robótico em atividades e treinamento que duram pelo menos 40 horas. A cada exercício realizado, muda-se o grau de dificuldade dentro da assistência robótica. Manipular as pinças robóticas, dar ponto cirúrgico e fazer as dissecções estão entre as técnicas de aprendizagem orientadas por profissionais capacitados do Rio de Janeiro e São Paulo. Conhecer e utilizar a tecnologia robótica dentro de uma sala de cirurgia dentro do Hospital Geral Dr. Beda fazem parte da fase prática da formação dos cirurgiões nessa área.
Para a médica Maria Eliza Guimarães, o sistema robótico veio para inovar as práticas cirúrgicas:
“Hoje nós temos a tecnologia em Campos, no Hospital Dr. Beda, que veio para somar e agregar. Nós trabalhamos com cirurgias de alta complexidade, como endometriose profunda, múltiplos miomas. O sistema robótico auxilia em locais que necessitam de alta precisão e destreza. Conseguimos trabalhar com mais cautela, por exemplo, em áreas onde passam nervos responsáveis para o paciente urinar e evacuar. As pacientes atendidas com o auxílio do robô têm menor tempo de internação, menos sangramento e melhor recuperação. São muitas vantagens por conta do sistema minimamente invasivo, como é o sistema robótico”, diz. A cirurgiã complementa:
“Nós somos uma equipe especializada em endometriose e miomas de alta complexidade. Após um número específico de cirurgias e avaliações complexas, estou muito feliz por ser a primeira mulher certificada da região para uso do sistema robótico. Que isto sirva de inspiração para outras mulheres cirurgiãs. O número de mulheres que operam ainda é menor em relação aos homens. Não deveria. Percorrendo os centros cirúrgicos de hospitais de grandes centros, encontramos pouquíssimas cirurgiãs mulheres. Porém, estamos crescendo e evoluindo para modificar essa realidade, diz.
Cirurgiãs|Maria Eliza, Cláudia Joaquim e Suellen Monteiro
Especialidade feminina
A primeira cirurgiã certificada para sistema robótico no Hospital Dr. Beda e no Norte Fluminense foi treinada e orientada por uma mulher, a coloproctologista Cláudia Joaquim. Ela é certificada para a cirurgia robótica desde 2017, e ajudou a formar vários profissionais nessa técnica. “Fui muito ajudada no primeiro momento, e agora auxilio nessa curva de aprendizado da cirurgia robótica. Acompanhei a doutora Maria Eliza em procedimentos por via robótica de casos de endometriose profunda. É sempre muito bom a gente conseguir passar os nossos ensinamentos para os colegas e fazer com que a ferramenta robótica seja usada com o seu maior benefício”, explica.
A médica-cirurgiã Cláudia Joaquim é carioca e atua na área de cirurgia minimamente invasiva, laparoscópica e robótica, em hospitais da Rede D’Or e Hospital Federal de Ipanema. Os casos cirúrgicos de endometriose profunda costumam estar em estágios avançados, atingindo mulheres em idade fértil que varia de 20 a 40 anos. Ela comentou sobre a certificação da médica Maria Eliza Guimarães para o sistema robótico em Campos:
“A Maria Eliza está pronta. A curva de aprendizado dela já terminou. Agora é continuar usando essa ferramenta que tanto nos ajuda. Isso é importante, porque o paciente às vezes acha que é o robô que está operando. Na verdade, não é. Continua sendo o médico. O robô é uma ferramenta. A Maria Eliza já sabia operar muito bem. Então ela precisava de auxílio com a ferramenta robótica. Isso ela já domina. Fico muito feliz de ter o robô no interior do Rio. Todas as vezes que uma tecnologia começa, o grande centro promove vários tipos de profissionais habilitados, e, às vezes, o interior fica para trás. É bom ver que Campos não está atrás da cidade do Rio de Janeiro, pois o Beda investe em tecnologia. Os pacientes vão ter bastante benefício com as cirurgiões da cidade, tendo a possibilidade de uso da ferramenta robótica”
Como primeira mulher certificada em cirurgia robótica na região, Maria Eliza Guimarães espera que mais mulheres da área se dediquem a área cirúrgica.“Nós mulheres somos muito dedicadas e cuidadosas. Desejo que as mulheres invistam em suas carreiras e sigam em frente”, finaliza.
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