A proclamação de uma polêmica

 A proclamação de uma polêmica

Proteção|Instituições pedem tombamento da Praça da
República para preservação de árvores e de espaço para lazer (Foto: Gabriel Carvalho)

Há quase duas décadas a Praça da República, uma das maiores da cidade, vem respirando com ajuda de aparelhos, como uma pessoa em estado grave em uma UTI. Possivelmente, uma consequência do esvaziamento de moradores do seu entorno. O que era para ser um centro de convivência urbana passou a ser um lugar de pouca frequência, mesmo com esforços passados para revitalizá-la como praça.

A área foi escolhida para tentar resolver um problema igualmente ligado ao urbanismo que é a Feira Livre, que compromete a estética de um dos mais belos prédios de Campos, o do Mercado Municipal. Transferir a Feira Livre e a Peixaria para a Praça da República seria a solução para reparar essa questão estética, conforme projeto da prefeitura.

Entidades que representam grupos pensantes da cidade se uniram e formularam denúncia ao Ministério Público do Rio de Janeiro contra o projeto. Alegam que a praça é Área Especial de Interesse Cultural (AEIC) e necessita de tombamento pelo Coppam.

Cinco mil quatrocentos e cinquenta metros quadrados – área da praça – é o tamanho da polêmica. Qualquer alteração na fotogenia e dinâmica da cidade resulta em debates, e isso é salutar. Se pudéssemos retroceder no tempo iríamos, pontualmente, aos anos de 1970 e salvaríamos o Trianon original.

Então, as entidades que defendem a Praça da República cumprem o seu papel e estão munidas de parte de razão.

Normalmente, em situações polêmicas, não se consegue resolver um problema sem criar outro.

Pela ótica da logística e da dinâmica do centro da cidade, o projeto da prefeitura tem suas relevâncias e virtudes. Sob o olhar detalhista das entidades que saem em defesa da praça, o projeto é um erro. A República, nome da praça, proclama o debate de tudo que envolve o público. Que o assunto seja, então, debatido de forma republicana.

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